Glória Àquele que se encarnou para que sejamos quem somos.
Se eu sou o que faço, então nunca faço o que sou,
porquanto o que faço jamais se transformou no que sou,
ainda que eu seja apenas uma pessoa, embora muitíssimo amada!
Se eu sou o que sei, então deveras não sei quem sou,
uma vez que, o que sei não é o que sou.
Ora, se eu não uma pessoa amada, não sei como isso se fez
em minha vida.
Se eu sou o que tenho, com certeza não tenho o que sou, pois,
se tivesse o que sou, só teria a mim mesmo como a pessoa
amada que é.
Como não sou pessoa com o que faço, nem com o que sei,
muito menos, com o que tenho, então devo me contentar em ser
pessoa com o que sou, ou seja, sendo amado pelo Único que é.
Só esse amor incondicional de Quem é, sem o menor risco de deixar
de ser, pode tornar a pessoa carente, como eu, satisfeita, sendo quem é
no amor eterno que nunca pode mudar.
Neste caso, eu sou quem sou no amor do Amado, que ama por amor
sem um motivo que não seja apenas o Seu amor, acima de qualquer
outro motivo. Veja que o amor, por uma razão que não
seja amar, não tem razão de ser chamado amor.
Na cruz o amor se revela ao encarnar-se no Ser que quer amar e
amar por amor, para que todos os amados doa amor encarnado se
percebam assim tão amados por esse amor, que a única razão de se
verem amados de fato e de verdade seja o amor que não tem outra
razão, senão amar os Seus por esse amor que não tem troca de
favores.
Aleluia! Somos amados. Basta!
Ora, se o amor for assim, então, deixe de lado o velhusco vestido
com seus trajes encarnados e olhe com atenção Aquele que se
encarnou por amor a gente com nós, carentes de afetos eternos.
Feliz Natal desse Amor encarnado e 2014 encarnando amor.
Do velho mendigo do vale estreito, mas amado,
Glenio.