Esta frase se repete no livro de Juízes: “naqueles dias não havia rei em Israel e cada um fazia o que bem queria.” Isto se refere sempre ao caos em que o povo israelita havia se metido na época. Faltando autoridade ao dar as cartas, a desordem se implantava. Quando míngua a autoridade em qualquer convívio social, sempre aparece o anarquismo.
A falta de um modelo adequado de arbítrio na governabilidade gera o caos, mas, por outro lado, um governo com autoritarismo cria um ambiente de revolta e indiferença. O arbitrário dominador castra as iniciativas e frusta a colaboração. Não há participação do povo nas administrações absolutistas que ferem os relacionamentos e magoam as pessoas.
Ter autoridade não significa ser autoritário. Ser uma pessoa firme não quer dizer que é intransigente. Jesus tinha autoridade, mas tinha muita sensibilidade. Precisamos de rei, sim, mas jamais de déspota. A igreja nunca irá bem sem “dirigentes” capazes, muito menos com chefes autocráticos. Equilibrar autoridade com solidariedade é fundamental.
Alguém disse que
a igreja não é uma democracia na qual escolhemos a Deus, mas uma teocracia na qual Ele nos escolheu,”
todavia o seu governo nunca será de ditadura antidemocrática. Somos a comunidade dos eleitos de Deus que elegem os seus líderes para que a regência seja segundo a ética do Reino de Jesus e a etiqueta da nobreza celestial.
A igreja não é uma sociedade do mundo; é uma sociedade de Deus, no mundo, e precisa ser governada pelos princípios de Deus e nunca pelas normas do mundo. A igreja é um organismo vivo que tem organização, mas não deve ser comparada a uma organização do sistema deste mundo que precisa funcionar pelas leis de mercado. “Com grande certeza podemos depender de Deus quanto à segurança de sua igreja,” disse Mathew Henry.
A missão da igreja é a pregação do Evangelho aos não alcançados e a edificação dos regenerados para a glória da Trindade e jamais o entretenimento dos insatisfeitos. Não é da alçada da igreja se meter em projetos que visam apenas o deleite das pessoas neste mundo, mas o prazer em tudo aquilo que se projeta tanto aqui como pela eternidade.
A única consideração válida para a igreja em qualquer época deve ser aquilo que serve ao Evangelho, sua credibilidade, seu aprofundamento, sua propagação. Que formas, costumes e ordenanças precisam ser removidas, alteradas ou evitadas, para que a própria igreja não se torne um fardo para a fé no Evangelho?”- Pergunta Walter Kunneth.
A igreja vive tão-somente para a glória de Deus e seu objetivo é alcançar as vidas para o Reino eterno. Todo o seu investimento tem como alvo a salvação do maior número de pessoas, segundo a eleição da graça, para louvor da glória do Cordeiro. Então, devemos aplicar todos os nossos labores como comissionados e todos os recursos como mordomos para que em tudo Jesus Cristo receba toda glória e honra e louvor.
Do velho mendigo, GP.