Um técnico de seleção futebolista ou qualquer outro esporte, sempre escolhe os seus jogadores com base na excelência. Pelo menos, essa é a premissa no mundo das competições. É preciso escolher os melhores, senão vem a derrota. E é incontestável.
Agora, veja como J. Blanchard explica a seleção da Trindade: “se Deus não escolhesse algumas pessoas sem quaisquer condições, ninguém jamais o escolheria sob quaisquer condições.” Ora, se não é o ser humano quem busca a Deus, como enfatiza a Bíblia, então, Deus escolhe alguns dentre todos aqueles que não O buscam, por alguma razão que a razão não explica. O fato é: a eleição Divina não depende de nossos méritos.
Se Deus nos escolhesse por algum motivo que não fosse a Sua soberania, a Sua escolha não seria pela graça plena. Blanchard continua insistindo:
“A soberana eleição de Deus é o molde em que todo o universo está enquadrado.”
Se Deus for soberano, tudo o que Ele fizer obedecerá rigorosamente as formalidades de Sua soberania.
Arthur C. Custance vai um passo a mais: “ou Deus é soberano e a eleição, uma expressão de sua vontade, ou o homem é soberano e a eleição é só uma expressão da presciência de Deus.” Neste caso, quando alguém decide aceitar a Cristo, Deus depende de tal decisão humana para dar-lhe a salvação, sendo a eleição apenas um mero saber prévio de um Deus que não tem escolha, uma vez que tem de aceitar quem o escolheu.
“O amor eterno elaborou o plano; a sabedoria eterna traçou o molde; a soberania eterna decidiu por quem; a graça eterna desce para executá-lo.” C. H. Spurgeon enfatiza: “creio na doutrina da eleição, pois estou certo de que, se Deus não me tivesse escolhido, eu jamais iria escolhê-lo, e estou certo de que ele escolheu-me antes de eu nascer; de outro modo, ele nunca me teria escolhido.” O Filipão tem direito de escolher a sua seleção pelo mérito; Deus não pode escolher, soberanamente, a Sua, pelo demérito?
Mendiginhos, vou citar ainda dois homens de Deus do passado que não deixaram por menos. Prestem atenção como João Calvino enxergava esse ponto:
“A base para a discriminação entre os homens é somente a vontade soberana de Deus; mas a base para a condenação dos réprobos é o pecado, somente o pecado.”
O que me dizem aqui?
Observemos agora o argumentou do teólogo Augustus H. Strong sobre a eleição: “É melhor louvar a Deus por Ele salvar alguém, do que acusá-lo de injustiça por salvar tão poucos.” O que quis dizer? Que é preferível adorar a Deus, o Todo-Poderoso, que salva a quem Ele quer, do que vê-lo como um Deus fraco e injusto por não poder salvar a todos os que não O querem. É preferível adorar a Deus que nos escolhe soberanamente, a tentar explicar que Ele é incapaz de salvar a todos os que caíram, salvando tão poucos. Senhor, abre nossos olhos.
No amor do Amado,
do velho mendigo do vale estreito, Glenio.